quinta-feira, 12 de março de 2009

12/03/09: Brasileiro chega ao Mali rumo à Copa de 2010


Contacto do Zé no Mali: +223-65850146


Enfrentando temperaturas superiores a 42 graus, o brasileiro José Geraldo de Souza Castro, (Zé do Pedal), 51, chegou a Bamako, capital do Mali, em sua primeira escala da segunda etapa (Dakar-Lagos) de sua viagem, em um kart a pedal, preparado especialmente para a viagem pela empresa holandesa Berg Toys, rumo a África do Sul; onde pretende assistir a Copa do Mundo de Futebol de 2010.

Zé do Pedal, que saiu de Paris no dia 10 de maio de 2008, já percorreu 8 países, 8000 quilômetros e pretende chegar a Joanesburgo dia 15 de junho de 2010, foi recebido nesta cidade pelos membros do Lions Clube, Bouba DIARRA, Cheickna DIAWARA e Deidia KATARA. O objetivo da viagem é chamar a atenção da comunidade internacional sobre dois dos maiores problemas que afetam a visão, principalmente crianças ; Catarata e Glaucoma, e sobre o grande projeto mundial de combate a cegueira evitável do Lions Clube Internacional, a campanha Sight First.


O Lions Clube Clube Internacional, uma organização não governamental reconhecida pelas Nações Unidas (e membro consultivo da mesma) foi criado em 1917, graças as preocupações sociais de um empresário de Chicago, MELVIN JONES, e, apenas três anos depois da sua fundação, em 1920, a Associação tornou-se internacional quando o primeiro clube foi fundado no Canadá.

O serviço altruísta é desde início o principal desígnio da Associação que conta, atualmente, com mais de 1,4 milhão de sócios, homens e mulheres, que integram cerca de 46.000 clubes localizados em mais de 200 países : Mercê do apelo lançado por Helen Keller em 1925 na Convenção Internacional em Cedar Point, Ohio, nos EUA, os Lions Clubes tornaram-se nos paladinos dos cegos e deficientes visuais, lançando em 1990 a sua extraordinária campanha "Sight First".

No Mali, o Leonismo nasceu em em 13 de Janeiro de 1958 com a criação do Clube Sokala Bamako. Levou 34 anos para ver o nascimento de outros Lions clubes, como o Bamako Melina (essencialmente Feminino), Yeelen Bamaco, Sigui Bamaco, Sikasso Deme, Phoenix Bamaco e Caïlcédrat Bamako. O pais possui ainda dois Leos Clubes.

Assim como nos demais países, os Lions Clubes do Mali leva a cabo ações em larga escala na luta contra a cegueira evitável e reversível e, graças à ação da Fundação Lions Clube Internacional (LCIF, siglas em inglês) foi investido mais de 5 milhões de dólares em renovação (ou construção) de escolas e edifícios hospitalares e doação de equipamentos hospitalares e a formação de estudantes e especialistas, também são feitas campanhas de conscientização, através de rádios comunitárias e construção de latrinas no meio rural.

Outras frentes de trabalho do Clube no Mali inclui a luta contra a diabetes, tuberculose, esquistossomose ; suporte para não videntes, leprosos e doentes mentais e a construção do SOS Children's Village, para crianças em risco. Na área do meio ambiente, outra grande área de atuação do Lions Clube internacional, os Clubes do Mali realizam plantação de árvores.


Meio ambiente, um problema a mais para os africanos.

VÁRZEA

Zé do Pedal, embaixador para o meio ambiente da ONG APUA Várzea das Flores e ex-assessor para o meio ambiente do Distrito DLC12 do Lions Clube, afirmou que a grande preocupação dos governantes dos países Sub-saharianos (e da comunidade internacional) é o avanço, rumo ao sul, do deserto do Sahara.

Dentro desta preocupação, o presidente do Senegal, Abdulah Wade, e o primeiro Ministro, Cheikh Adjibou Soumaré, instou recentemente em Dakar os Estados africanos a fazer da Grande Muralha Verde (GMV) um projeto prioritário do continente para os próximos 10 anos. Com 15 quilômetros de largura e sete mil quilômetros de cumprimento, a Grande Muralha vai ligar o Senegal a Djibuti, passando por 9 outros países - a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso, a Nigéria, o Niger, o Tchad, o Sudão, a Etiópia e a Eritreia, visando frear a desertificação.

Porem , e lamentavelmente, o caso do Senegal, a desertificação começa de dentro pra fora. Nos últimos 40 anos a extração de madeiras para uso como combustível domestico praticamente acabou com os bosques e não existe nenhum projeto de reflorestamento em execução ou manejo sustentável das, poucas, áreas onde ainda existe arvores de grande porte (que não tão lentamente vão, também, se transformando em carvão).

PATRIMÔNIO

"A Grande Muralha Verde vai ser um patrimônio da humanidade e uma fonte inesgotável de diversas produções indispensáveis às nossas comunidades rurais até agora fragilizadas pelas condições de existência na zona saharo-saliana", declarou, afirmando a seguir que os Africanos não devem deixar durar a situação em que vivem, que engendrou uma degradação dos recursos naturais dos países abrangidos.

Se por um lado as florestas e bosques do Senegal preocupam, a situação da água, para consumo humano, no Mali é mais preocupante ainda. De acordo com um documento da ONG espanhola, INTERVIDA, que realiza um trabalho de apoio a mais de 25.000 estudantes de escolas públicas em Ségou e Macina, aproximadamente 65% das crianças menores de 15 anos do Mali sofrem varias doenças vinculadas a água (como por exemplo, malária, febre tifóide, conjuntivitis, as diarréias e bilharziosis) como conseqüência do uso de água não potável, tanto para beber como para cozinhar.

Apesar das ações de sensibilização da ONG, através das redes comunitárias existentes em matéria de higiene e saneamento, assim como campanhas nacionais e locais de tratamento de água, o consumo de água não potável por parte da população maliense é bem difícil de erradicar a causa de distintos fatores. Por um lado, não existem suficientes perfurações nem canalizações de água e os pontos de água existentes estão retirados das casas. Outra das razoes para o contínuo uso da água em mas condições é a crença de que a água de cisterna, em muitos casos contaminada (uma das principais causas da contaminação da água é a falta de proteção das cisternas, falta cobertura, soma-se a esta situação os excrementos dos animais domésticos e humanos, também os poços que secaram durante a estiagem sãosao recuperados sem uma limpeza previa, transformando-se em fonte de enfermidades e parasitas.

A ONG, presente em diferentes países de América Latina, África y Ásia, dando apoio a quase cinco milhões de pessoas, trabalha na melhoria da acessibilidade da água na zona e se esforça por fazer que a população adote um comportamento favorável na utilização de água potavel.

Zé do Pedal agradece aos companheiros do Lions Brito Rocha, Álvaro Drurão, Joaquim Miguel, Julia Lima e Caty Soares, todos de Portugal, que sempre o estão telefonando para dar apoio moral.