terça-feira, 9 de setembro de 2008

08/09/09: Zé do Pedal chegou a Marrocos



Contato do Zé em Marrocos: + 212-55783251

O livro PEDAIS DA ESPERANÇA, que conta a vida e as viagens do Zé do Pedal, esta sendo editado e será lançado em dezembro. Caso deseje adquirir um exemplar, escreva para: zedopedal@gmail.com. Comprando o livro você estará colaborando para o êxito do meu atual projeto. Obrigado pelo apoio.

Viajando a uma velocidade promedio de 6 quilômetros por hora, percorrendo 50 quilômetros por dia, em um kart a pedal, o brasileiro, José Geraldo de Souza Castro, Zé do Pedal, 51, chegou a Rabat, capital do Marrocos, rumo a Johanesburgo, África do Sul, onde assistirá à Copa do Mundo de Futebol "África do Sul 2010".

Zé do Pedal entrou no pais na ultima quarta-feira, procedente da Espanha, depois de cruzar o estreito de Gilbratar, na cidade de Tanger e ja percorreu 320km. Em Rabat foi recebido pela ex-governadora do Lions Aicha Detsouli, membros do Lions Clube Rabat, e, na manhã de hoje, terça-feira, foi recebido na Embaixada brasileira pelo Embaixador, Virgilio Moretzsohn de Andrade, o Vice-Cônsul, Luiz Geraldo Magalhaes Moraes e o Conselheiro Marcelo Marotta Viegas. À tarde encontrara com o prefeito de Rabat. Amanha, quarta-feira, viaja com destino a Mekines, Fez e Marraquech. Posteriormente desce o deserto do Sahara, pela costa atlântica, rumo à Mauritânia.

O objetivo da viagem é chamar a atenção da comunidade internacional sobre dois dos maiores problemas que afetam a visao das crianças em todo o mundo, mas principalmente nos países mais pobres, Catarata e Glaucoma, e difundir a grande campanha do Lions Clube Internacional: o programa SigthFirst (Visão Primeiro).

Desde seu lançamento em 1990, estas são algumas realizações do SightFirst:

• Distribuiu US$ 211 milhões para 896 projetos em 90 países,
• Proporcionou 7,3 milhões de cirurgias de cataratas
• Impediu a perda grave de visão de 20 milhões de pessoas
• Aprimorou os serviços de atendimento oftalmológico para centenas de milhões de pessoas
• Construiu ou ampliou 300 hospitais/clínicas/enfermarias oftalmológicas.
• Modernizou 337 centros oftalmológicos com equipamentos
• Promoveu treinamento de gerenciamento para 115 instalações
• Treinou 345.000 oftalmologistas, enfermeiras e outros profissionais da área oftalmológica, além de agentes de saúde locais
• Lançou a primeira iniciativa global de combate à cegueira infantil do mundo, em parceria com a Organização Mundial da Saúde
• Os 30 centros oftalmológicos pediátricos construídos ou modernizados afetaram as vidas de 71 milhões de crianças.

Controle de oncocercose (cegueira dos rios)/tracoma:

O SightFirst financiou mais de 65 milhões de tratamentos de oncocercose (cegueira dos rios) na África e na América Latina desde que formou uma parceria com o Carter Center em 1999. Os tratamentos de cegueira dos rios têm transformado as vidas e comunidades em 12 países da África e América Latina. Na realidade, na América Latina, os especialistas prevêem a erradicação da doença em 2010. O subsídio para o Carter Center também é voltado para o tracoma, a principal causa mundial da cegueira evitável. O SightFirst está controlando o tracoma entre dois milhões de pessoas em três países.

Projeto Ação SightFirst na China:

Concluída em 2002, a Fase I do Programa Ação SightFirst na China promovido pela LCIF financiou 2,1 milhões de cirurgias de catarata e estabeleceu unidades oftalmológicas cirúrgicas em 104 condados rurais onde anteriormente não havia nenhuma. A Fase II novamente abordará a cegueira em larga escala. Um subsídio do SightFirst de US$ 15,5 milhões foi complementado com cerca de US$ 200 milhões do governo chinês. A meta da Fase II é realizar pelo menos 2,5 milhões de cirurgias de catarata, bem como reforçar a infra-estrutura do atendimento oftalmológico, criando unidades secundárias em hospitais de 200 condados e províncias subdesenvolvidos e no Tibet. Para garantir a continuidade dos serviços de atendimento oftalmológico para a vasta e pobre população rural, cursos de treinamento de paramédicos serão criados nas províncias ocidentais e do norte.

Durante os 700 dias que está previsto durar a viagem Zé do Pedal passará pelos seguintes paises, percorrendo 17.500kms: França, Espanha, Portugal, Marrocos, Sahara Ocidental, Mauritânia, Senegal, Mali, Burkina Faso, Costa do Marfim, Ghana, Togo, Benin, Nigéria, Camaroes, Congo, Angola, Namíbia, Botswana e África do Sul.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

1981: Brasil – Espanha em Bicicleta

Em novembro de 1981, José Geraldo sonhou com uma estranha aventura, viajar do Brasil à Espanha, em bicicleta, para assistir a copa do mundo de futebol “Espanha ‘82”. Para muitos era apenas um louco que queria aparecer nos jornais e na televisão; para outros, um sonhador com muita vontade de fazer, se seus sonhos uma realidade.

Assim no dia 26 de novembro de 1981, o aventureiro saiu do Rio de Janeiro, com rumo Sevilha, onde a seleção Canarinho disputava a primeira fase da Copa. As estradas do Brasil, Uruguai, Chile percorrida a cada dia... A América do Sul foi ficando para trás. O grande sonho de ver a Copa estava se transformando em realidade. Sem dinheiro, Jose Geraldo teve muitos problemas nas fronteiras, porém, todos eles foram solucionados. De todos, o mais anedóticos com um suave sabor político: A policia local não deixava entrar na Inglaterra, porque ele havia estado na Argentina (que neste tempo estava em guerra com os ingleses, pelas ilhas Malvinas). Depois de muitas horas, pode, com a ajuda de jornalistas latinos em Londres, carimbar seu passaporte.

Superado o impasse, e já no Velho Continente, dirigiu sua bicicleta rumo à pátria de Cervantes. Seis meses e meio depois de ter saído do Brasil, e diante dos olhares incrédulos de centenas de jornalistas do mundo, Jose Geraldo chegava a exatos dois minutos antes da seleção Brasileira, as portas do Parador Carmona, concentração brasileira em Sevilha. Entre lagrimas e sorrisos de felicidade, o ciclista ia recebendo a cada um dos integrantes da seleção, que também se mostraram contentes por aquela recepção fora de qualquer programação. A classificação do Brasil para a fase seguinte foi extremamente fácil. Em quanto os outros torcedores brasileiros iam de avião para Barcelona, Jose Geraldo empacotava suas ilusões na bicicleta para seguir a seleção. Seis dias depois, Lãs Ramblas, uma das principais artérias de Barcelona, recebia em ritmo de Samba o ciclista que já era conhecido como Zé do Pedal.

Tudo estava muito bonito, ate que, numa tarde, o Brasil caia aos pés da Itália, dando adeus ao sonho do Tetracampeonato. Se os jogadores do Brasil voltavam para casa de cabeça baixa, Zé do Pedal fez tudo ao contrario, a bordo do Transatlântico que o levou de volta ao Rio de Janeiro, foi sonhando com uma viajem maior... Louca e excitante: a volta ao mundo em bicicleta. A chegada a cidade natal de Viçosa foi apoteótica, com centenas de pessoas saindo as ruas para receber o conterrâneo. Ninguém mais o chamava de louco.

1983-1986: Volta ao Mundo em Bicicleta

A "féria" entre a viagem à Espanha e a volta ao mundo duraram cinco meses, tempo em que o aventureiro aproveitou pra buscar apoio.

Encontrou esse apoio em ninguém menos que o então presidente da República, João Baptista Figueiredo, que se dizia seu grande admirador. No dia 15 de janeiro de 1983, Zé do Pedal partia de Viçosa para uma viagem de quatro anos, sua meta principal, a Copa do Mundo México'86.

A viagem pelo continente americano ocorreu ao contrario da primeira, com bastante tranqüilidade. O ciclista ainda se deu ao luxo de correr e ganhar, na categoria estrangeira, a maratona comemorativa aos 447º aniversário da cidade de Lima ,Peru. Ao cruzar para o velho continente, já não teve problemas com a imigração inglesa e, fora um pequeno acidente em Goteburgo, na Suécia, e algumas quedas sem importância, tudo saiu como o planificado. Quando José Geraldo estava na Itália morreu seu maior ídolo, Indira Gandhi, uma pessoa que ele tinha a intenção de conhecer, quando chegasse à Índia. "Para mim, Indira foi uma das maiores mulheres que passou pela face da terra, era uma pessoa muito mística, poderosa e humilde. Ela deixou um vazio muito grande e bem difícil de ser preenchido".

A etapa seguinte seria o Norte da África e a Ásia, Paquistão, Índia Nepal, Sri Lanka, Bangladesh e Birmânia. Na Tailândia, antigo reino de Sião, pode apreciar as coisas mais bonitas da viagem, como as maravilhosas praias de Pukett e Pataya, as paradisíacas ilhas de Kho-Samui e a celebre ponte do Rio Khuay-Ai.

A convite do ministério de Defesa da Tailândia, esteve uma semana no campo de refugiados de vietnamitas Kao-I-Dan, onde escutava tiros vindos de perto da fronteira entre Vietnam e Tailândia, os refugiados gritavam horrorizados, tinham medo, muito medo, de que o pesadelo que eles estavam vivendo não terminasse jamais. Cada dia que eu passava ali era como se tivesse vivendo um século de uma guerra absurda, que ao final só deixou destruição e morte. No meu último dia no campo, uma pequena refugiada vietnamita de seis anos, órfã, com câncer, uma vítima a mais das bombas químicas lançadas ao azar em qualquer parte sobre o Vietnam, chegou perto de mim e me perguntou com os olhos em prantos e a simplicidade que só a crianças tem, "Farani (estrangeiro), o que é a paz? Naquele momento não pude responder, e até hoje não tenho a resposta!" diz, perplexo.

Todas as maravilhas que tinha conhecido durante a viagem, desde a saída de casa, não foram suficientes para tirar de seus pensamentos o sofrimento e desespero daquela criatura e dos milhares de seres humanos (?) jogados naquele campo de concentração, como se fossem uma coisa descartável.

Mas a vida continua e José Geraldo tinha que continuar a viagem, Malásia, Singapura, Indonésia, Filipinas, Hong-Kong, Macau, China, Japão... No país do sol nascente, como ultima escala de sua volta ao Mundo (dali ele voaria aos EUA e depois seguiria para o México para assistir a Copa), o ciclista tinha preparado uma "pequena coisa grande": cruzar os 2,500 km da ilha principal, em um velocípede de criança. Quando chegou a Tóquio, assustou com o tamanho dos velocípedes que eles tinham. Teve que se contentar com um pequeno carrinho, doado pela loja de brinquedos Toy Park Ginza Rakuninkam.

Foram 107 dias, viajando de 25 a 30 km diários. Viajar a 5 km por hora, foi uma linda e apaixonante loucura. Quando passavam por mim, os moradores locais sorriam e me davam força para continuar. Eu tinha o carinho e o respeito daquele povo tão amável, assegura.

No México, de novo a seleção do Brasil ficava no meio do caminho. Uma vez mais Zé do Pedal voltava para casa sem ver a seleção com o tetracampeonato.

Uma viagem para esquecer:

Ao voltar ao Brasil, Zé do Pedal realizou, em 1987, uma viagem do Chui até Brasília, também em velocípede. "O objetivo da viagem era chamar a atenção de nossos políticos para as crianças do Nordeste (Constituinte, dê uma chance para o Nordeste). "Foi meu pior projeto. Apanhei de um policial no Rio Grande do Sul, em um posto de gasolina (que me confundiu com bandido, e, primeiro bateu pedindo depois meus documentos), levei tapas e cuspidas na cabeça por pessoas que passavam em carros, e, o pior dos resultados: até hoje o Nordeste continua esquecido, sendo apenas lembrado nas épocas de eleições.

2002: De Pedalinho no Velho Chico

"Dói ver a tristeza estampada nos olhos do barranqueiro, quando lembra com saudades do Velho Chico." (Zé do Pedal)

O lamentável resultado do projeto "1987 Nordeste" levou Zé do Pedal a "dar um tempo" em seus projetos. E somente 15 anos depois retomou com um projeto audacioso: uma viagem em um barco a pedal, desde a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, até o Rio de Janeiro, Brasil.

Antes da grande viagem, uma visita ecológica e sentimental, de Três Maria a Piaçabuçu. Para fazer o lançamento e promover o projeto, Zé do Pedal resolveu percorrer o rio São Francisco em uma pequena embarcação. Partindo em 22 de março de 2002 (Dia Mundial das Águas), da cidade de Três Marias, para uma viagem até Piaçabuçu (Alagoas) no Oceano Atlântico.

A viagem de aproximadamente 3 mil quilômetros, foi realizada em um barco tipo pedalinho, doado pela empresa Playbalsa, percorrendo o rio até sua foz. "Escolho o Rio São Francisco porque ele é um rio místico, e conta muito do sonho brasileiro, é uma beleza que se renova a cada dia com sua beleza e mistério", diz Zé. "Foi emocionante viver aquele momento no Velho Chico, e tentar mostrar ao Brasil um rio diferente. Um rio que luta para manter viva as tradições e os sonhos daqueles que depositaram nele toda a sua esperança de um amanhã melhor". O rio São Francisco nasce a 1285 metros de altitude, na Serra da Canastra, município de São Roque de minas. Serpenteando percorre Minas, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe até a chegar ao mar. Durante seu percurso, atravessa o semi-árido nordestino tornando-se um fator fundamental para a economia da região, ao permitir intensa atividade agrícola em suas margens, além de oferecer condições para irrigação artificial em áreas mais distantes.

DEGRADAÇÃO

Lamentavelmente, nem tudo são flores no caminho do Velho Chico. "Um dos grandes problemas é o lixo e os esgotos que são jogados no rio sem qualquer tratamento, o que vem comprometendo a qualidade das águas". Dez por cento da população brasileira, dependem diretamente das águas do Velho Chico e de seus afluentes. É uma situação deplorável, pois a quase totalidade das cidades banhadas por suas águas não tem estação de tratamento de esgoto. Mais que um absurdo, é uma berrante agressão ao meio ambiente e um desrespeito aos seres humanos. Milhares de sacos plásticos, latas garrafas pet, pneus usados, televisores e tanquinhos de lavar roupas descem o rio, diariamente como informa Zé do Pedal, um dos maiores poluidores do São Francisco, é o Rio das Velhas, seu principal afluente. As constantes agressões, como o intenso desmatamento nas margens, desmoronamento de barrancos e poluição por coliformes fecais e metais (cádmio, mercúrio, zinco, chumbo, etc.) fazem com que o rio sofra os efeitos de constante processo de degradação. Outro grande problema é o assoreamento. "Às vezes encalhava em um banco de areia, a 200 metros das margens". 100 dias depois Zé do Pedal era recebido na cidade de Piaçabuçu, á apenas 13 km, da foz, pelo secretário local de Turismo, Orlando Emiel Steylaerts. Foi a última cidade, ao longo do seu curso, para dizer adeus ao País e se jogar no mar, num dos espetáculos mais belos de se apreciar.

Durante a viagem, relembra Zé do Pedal, recebeu muito apoio dos barranqueiros que habitam a margem do grande rio, o que foi fundamental para o sucesso da viagem. "Geralmente á noite parava para dormir em alguma ilha ou na casa de um barranqueiro, ocasião em que aproveitava para aprender mais sobre a vida na beira do Velho Chico". Ele revela que, nas conversas sobre o rio, os olhos dos barranqueiros enchiam de lágrimas. "E dói, dói ver a tristeza estampada nos olhos do barranqueiro, quando lembra com saudades do Velho Chico. Quando lembra dos áureos tempos, das grandes quantidades de peixes, da fartura das roças". Talvez o momento mais marcante da viagem tenha sido quando da chegada em Pirapora, onde encontrei "seu Coló", que disse: "Olha menino, eu vi quando o Guimarães (o vapor) subiu o rio pela última vez, mas tenho certeza, que não o verei descer mais. O rio esta seco".

O aventureiro Zé do Pedal, tem motivos de sobra para sorrir, quando fala da última etapa de sua viagem: "É uma região muito bela, com um dos cânions mais belos do mundo, localizado nas divisas da Bahia com Pernambuco e de Alagoas com Sergipe. Somando se a isso a riqueza histórica e cultural dos lugares por onde passei, como a Furna do Morcego, uma gruta encravada em uma das paredes do cânion. Fica nas proximidades da cidade baiana de Paulo Afonso e ali se escondiam o cangaceiro Lampião e seu bando. Outro ponto de destaque é a gruta de Angicos, onde, em 1938, Lampião e 10 companheiros foram mortos, tendo suas cabeças cortadas e expostas em diversas cidades". Nesse grande roteiro cultural está Penedo, em Alagoas, uma das primeiras cidades surgida ás margens do Velho Chico. O rio, descoberto em 4 de Outubro de 1501, pelo navegante Américo Vespúcio, traz em suas margens muitas historias, que precisa ser resgatada urgentemente pelo poder público, pois o Brasil corre o risco de perder importante parte deste acervo.

Lamentavelmente, grandes monumentos estão em completo abandono e alguns até correm o risco de desabar. São 500 anos de historia abandonada.

O BARQUINHO.

O pedalinho usado na viagem media 2,40m por 1,20m e pesava 117 kilos. Foi cedido pela empresa carioca Playbalsa (www.playbalsa.com.br). Para a viagem Zé do Pedal contou com o apoio das seguintes empresas e pessoas: Vurk Desing, Playbalsa, Transportes Eureka, Number One Instituto de Idiomas, José Américo Garcia, Caminho das Pedras, vereadora Carmem Mendes, Buynet e Sebastião Diniz. Zé do Pedal batizou o pedalinho de "Sir Blake". Uma homenagem póstuma ao navegador neozelandês, Sir Blake, que havia partido de Aukland, em Novembro de 2000, a bordo do veleiro "Seamaster". Ele tinha um objetivo de educar a população nos quatro cantos do mundo sobre a importância da proteção ao meio ambiente, ajudando assim a proteger as águas do planeta e outros ecossistemas. Sua viagem era parte de um projeto de exploração, organizando expedições a áreas estratégicas do Planeta, como a Antártida, o Ártico e grandes rios, como Nilo e o Amazonas.

Peter Blake dizia, "Se a água é boa, a vida é boa, se há pouca água há pouca vida, Sem água não há vida". Ele não pode continuar seu sonho de ver um mundo melhor para todos, morreu assassinado covardemente, a tiros quando seu barco (um dos veleiros mais sofisticado do mundo) estava ancorado na praia da Fazendinha, a 17 km de Macapá. Foi invadido por assaltantes que queriam roubar um bote inflável, relógios e um motor de popa. A tripulação reagiu ao assalto e Peter morreu aos 53 anos, com dois tiros nas costas. Peter havia acabado uma importante etapa de seu projeto, a Amazônia. Na manha seguinte ao fatídico cinco de dezembro de 2001, zarparia rumo a Venezuela.

2005: Da Liberdade ao Cristo


No dia 22 de março, a bordo do barco Liberdade (um catamaram a pedal, feito em fibra de vidro, doado pela empresa americana Profish (http://www.profish.com), Zé do Pedal partia da Estatua da Liberdade, na cidade de Nova York (USA) rumo à Marina da Glória, aos pés do Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. O projeto denominado "Da Liberdade ao Cristo”, tinha por objetivo procurar conscientizar a todas as pessoas da urgente necessidade de manter limpos nossos rios, lagos e oceanos, principalmente as nascentes.

“Caso nós continuemos a poluir e não cuidar nossas águas, o futuro da vida no planeta estará ameaçado. É prioridade da vida de todo cidadão fazer a sua parte, só assim estaremos evitando guerras, acredite, por um simples copo... de água. Por esta razão, queria chamar a atenção do mundo, fazendo um apelo ao aglomerado humano através desta viagem, de tal maneira que as diferentes organizações sociais (governamentais, não governamentais, políticas, intelectuais e econômicas) - a nível mundial, se juntassem a esta causa, mediante a qual se pretendia alcançar importantes resultados dignos de interesse internacional. Pois só assim, mediante um trabalho interdisciplinar, pode-se gerar condições de sensibilizar a um maior numero de pessoas sobre um dos problemas fundamentais da água no planeta, a poluição, através de da difusão de fotos e dados dos resultados desta viagem”.

Durante a viagem, seriam percorridos 23 mil quilômetros, aproximadamente, passando pelos seguintes paises e estados: EUA, México, Belize, Honduras, Nicarágua, Costa-Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, Guiana Francesa. No Brasil: Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro.

Lamentavelmente, no dia 21 de setembro de 2005, 18 meses após haver saído de Nova Iorque, e sofrer os embates do furacão Rita (o 5º de toda a viagem) o barco ficou totalmente destruído e a viagem teve seu término.

2007: Ambientalista realizou travessia inédita na história


Zé do Pedal, assessor para o meio ambiente do Distrito LC12 e do Lions Clube de Viçosa, MG, realizou, no domingo, 21 de outubro de 2007, uma travessia inédita na história da navegação: Cruzar a Baía da Guanabara em um barco, a pedal, feito com garrafas PET.

O ambientalista voltava assim às águas exatamente 2 anos depois de haver interrompido seu projeto: "Da Liberdade ao Cristo" (uma viagem que começou em março de 2004 aos pés da estátua da Liberdade, na cidade de Nova Iorque, e terminou na cidade mexicana de Dzilan de Bravo, no México depois que o barco, movido a pedal, do ciclista sofreu os embates do furacão Rita).

"A primeira tentativa de cruzar a Baía da Guanabara foi dia 30 de setembro o barco de Zé do Pedal sofreu rompimento em suas roldanas. O evento teve fim após percorrer aproximadamente 3 Km de sua trajetória. Quando o aventureiro estava contornando o aeroporto de Santos Dumont o eixo que movia o barco se rompeu. Com a ajuda do GEMAR – RIO que desenvolveu o apóio logístico ao evento, o barco foi rebocado até o Marina da Glória.

O incidente ocorreu no momento em que o ambientalista retornava as águas depois de 2 anos de sua última aventura "Da liberdade ao cristo", que também teve fim por problemas técnicos.

O barco, construído pelo serralheiro Ademar Soares na cidade de Viçosa, MG, onde o ambientalista mora, foi feito com 240 garrafas de 2 litros (se colocadas em linha reta, seriam quase 1 quilômetro de garrafas) que foram doados por uma empresa dedicada a reciclagem de papeis, metais e plásticos. O resto do material foi conseguido com pequenas doações. O custo do barco foi de mil reais, e o ambientalista contou com o apoio dos empresários viçosenses: Posto do Beto (http://www.postodobeto.com.br), Casa dos Parafusos, Ademar Serralheiro, Célio Grossi e Localiza Rent a Car, além do apoio na assessoria de comunicação de Ana Pereira e Fabrício Menicucci, que realizaram um documentário cinematográfico sobre a inédita travessia.

Apesar do mar agitado na entrada da Marina da Glória e ventos de até 15 quilômetros por hora, Zé do Pedal realizou a travessia, que teve o objetivo de chamar a atenção sobre os efeitos do aquecimento global, principalmente nos paises do Terceiro Mundo, em exatas 2 horas e 57 minutos de navegação.

"A previsão eram ventos de três quilômetros por hora no momento da saída, mas subitamente, às 8:30 da manhã, quando estava tudo preparado para zarpar, fui surpreendido por uma primeira rajada de vento Norte, com uma velocidade de 12 quilômetros por hora. Esperei um pouco e quando era quase 9 da manhã resolvi sair assim mesmo pois a previsão era de que o vento mudaria rapidamente de direção e começaria a vir das montanhas. Apenas sai da rampa de barcos da Marina da Glória senti o peso da maré entrando, e tive que fazer a navegação praticamente encostado nas pedras para evitar a correnteza. Ao chegar à primeira bóia, já fora do abrigo da marinha, o mar estava bastante agitado com ondas de quase 1 metro de altura, o que dificultava bastante a manobrabilidade do barco, devido, principalmente, à falta de aerodinâmica do mesmo. Um suave nevoeiro cobria os principais pontos turísticos do Rio: o Pão de Açúcar e o Cristo redentor. Quando passei pelo ponto onde o barco havia quebrado o eixo no dia 30 de setembro, quando fiz a primeira tentativa, dei uma olhada apreensiva para a peça que havia quebrado, e notei que nada de anormal acontecera até então.

Esta situação me deu um pouco mais de confiança no barco e passei a exigir um pouco mais, acelerando as pedaladas, para sair rápido da parte agitada do mar, e tentar ganhar o canal de navegação. Com um remo emprestado do piloto da lancha de apoio, deixei de usar o leme, e pude dar um melhor direcionamento ao barco. Ao chegar perto da Plataforma P 54, da Petrobrás, o mar ficou mais tranqüilo, e a travessia começou a render, atingindo uma boa velocidade. Quando terminei de passar pela plataforma, direcionei o barco rumo ao forte de Gragoatá, porém, como os motores do rebocador estavam ligados, a força da água me jogou uns 600 metros para dentro da baía. Com vento e maré em contra, tive uma certa dificuldade para manter o barco na direção exata do forte, sendo praticamente obrigado a colocar a proa do barco rumo à terra, a uns 400 metros da prainha, e depois, com a proteção dos morros, levar o barco até a meta proposta.

Estava tudo quase dando certo quando uma enorme lancha saiu detrás do morro da praia de Icaraí vindo em minha direção. Os tripulantes da lancha do Gmar (Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro), posicionaram-se entre meu barco e a gigantesca barca e acionaram o comandante da mesma para que reduzisse a velocidade. De onde eu me encontrava a barca passou a uns 20 metros... e as ondas começaram de novo.

Passado o susto segui a risca o plano proposto em última hora, e em menos de 30 minutos, eu encostava o Pet Bateau na prainha de Gragoatá, onde fui recepcionado com alegria pelas crianças que estavam ali naquela hora. Era meio dia. "2 horas e 57 minutos depois, o grande desafio de cruzar a Baía da Guanabara, -pedalando umas garrafas pet-, era um outro sonho transformado em realidade".

Zé do Pedal escolheu a Baía da Guanabara para fazer a travessia por um motivo muito simples: é a Baía mais poluída da Costa brasileira. "Foi uma pena estar navegando na bela Baia da Guanabara olhando as silhuetas das montanhas desenhando uma paisagem mágica da Cidade Maravilhosa, e ao olhar as águas do mar, ver uma quantidade de lixo, e peixes mortos, boiando. As pessoas estão agredindo o meio ambiente de maneira irresponsável, sem medir as conseqüências para a coletividade. Ele lembra que não levam em conta que essa agressão é contra elas mesmas, pois todo esse lixo vai parar nas praias que elas usam para seu lazer. Gostaria que nossas autoridades, principalmente o ministro e secretários estaduais de educação criassem programas nas escolas onde as crianças aprendessem a ter respeito com a natureza, só assim teremos, em um futuro próximo, adultos com consciência ambiental, que tenham, em seus atos, respeito à natureza".

2008: De Paris a Johanesburgo em um Kart a Pedal



Extreme world

França
Espanha
Portugal
Marrocos
Western Sahara
Mauritânia
Senegal
Mali
Burkina Faso
Cote D'Ivore
Ghana
Togo
Benin
Nigéria
Cameroon
Congo
Angola
Namíbia
Botswana
South África


20 paises
2 continentes
17.293 quilômetros

Uma Copa do Mundo
Um grande sonho
Uma grande aventura
Um grande desafio

A primeira viagem transcontinental em velocípede PARIS - JOHANESBURG


Extreme worlds

"Extreme World" consiste em uma viagem em um kart a pedal por 20 países da Europa e Africa, cobrindo a distância aproximada de 17.293 quilômetros. A viagem terá uma duração aproximada de dois anos e terá seu término na cidade de Johanesburg, durante a realização da Copa do Mundo de Futebol Africa 2010.

Durante a viagem (que tem como principal objetivo dar a conhecer à comunidade internacional a campanha mundial do Lions Clube Internacional, "sigth first" (visão primeiro), de combate à catarata e glaucoma), nos pontos de parada, serao visitadas escolas (desde jardim de infância até o segundo grau), onde serão ministradas palestras com o objetivo de conscientizar às crianças e jovens sobre a necesidade da preservaçao da àgua no Planeta, e será ensinado (nas mesmas escolas e comunidades carentes) como construir paineis solar para aquecimento de água usando material descartavel como latas de leite (tetra pack) e garrafas de refrigerantes.

A RAZÃO DO PROJETO:
REFLEXÃO:

Em 1925, Helen Keller desafiou os Leões a se tornarem "paladinos dos cegos na cruzada contra a escuridão" durante a Convenção Internacional da associação. Hoje, os Leões são reconhecidos em todo o mundo pelos serviços prestados aos cegos e deficientes visuais. Os Leões demonstram seu compromisso com a conservação da visão por meio da reciclagem de óculos, de parcerias com organizações oftalmológicas e de inúmeros outros serviços relacionados à visão.

O ambicioso Programa SightFirst do Lions restaurou a visão por meio de cirurgias de catarata, evitou a perda severa da visão e aprimorou os serviços de atendimento oftalmológico para centenas de milhões de adultos e crianças. Para continuar e expandir essa iniciativa, o Lions lançou a Campanha SightFirst II, com o objetivo de angariar pelo menos US$ 200 milhões.

PARADAS TÉCNICAS:

Durante a viagem serão realizadas paradas técnicas em todos os países, principalmente nas capitais) estas paradas são necessárias para fazer a parte legal da viagem (papeis para o ingresso no próximo país), agendamento (junto aos Lions Clubes nos diferentes paises) de visitas a escolas .

DIVULGAÇÃO NA MÍDIA:

A viagem é divulgada usando os seguintes meios:
» Televisão
» Radio
» Jornais
» Revistas
» Agencias de Noticias
» Internet


(se voce deseja receber fotos e textos da viagem, favor enviar um email para: zedopedal@gmail.com)